Algumas características são inerentes à natureza de todos nós, e entre elas posso destacar nossa imensa capacidade de sermos contraditórios. É dito que nada é permanente, exceto a mudança (pensamento atribuído ao grego Heráclito), e nesse emaranhado de alternativas, nos descobrimos um tanto contraditórios. Seixas sabiamente se percebeu uma metamorfose ambulante.
Em meio às nossas fraquezas emocionais e espirituais, temos uma forte tendência de relativizar verdades. Qualquer conceito pode ser verdadeiro ou falso. Válido ou inútil. Depende do quanto ele nos afeta. Assim como o conceito verdadeiro pode ao mesmo tempo ser falso, se em momento oportuno formos favorecidos. Assim, vamos barganhando com nossa consciência, que por um tempo aceita essa colcha de retalhos, mas um dia volta e exige a retirada de nossas máscaras existenciais.
Assim, a gente vai moldando verdades que em pouco tempo serão mentiras.
Inventamos amores eternos que não resistem ao primeiro temporal.
Cultivamos amizades verdadeiras que se revelam tão autênticas quanto qualquer peça teatral.
Estreitamos laços que possivelmente nos enforcarão.
Essas coisas acontecem porque somos contraditórios, somos como crianças incoerentes. Se nos agarrássemos à Verdade, e mesmo que ela se voltasse contra nós, ainda assim não tentássemos trapacear, talvez sofrêssemos menos com variações tão abruptas.
Acredito que o segredo seja fixarmos nossos olhos na Cruz de Cristo, e ainda que encarar os olhos santos daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida nos constranja e mortifique nossas razões, não devemos desviar o olhar. Cristo é a Verdade que foi revelada a nós, e se nos orientarmos segundo o único que não sofre mudanças nem sombra de variação (Tg 1:17), certamente viveremos em autenticidade, e nossas contradições se dissiparão sob a luz da Verdade.
À partir daí, colheremos os frutos de andarmos na Luz, como Ele na Luz está (I Jo 1:7).
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
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