segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A voz...

A voz parece chamar de dentro
Mas fico confuso
Não sei quem chama
Se minha consciência culpada
Ou Sua fala sussurrada

A voz parece chamar de dentro
Chamar para fora
Chamar para perder a vida
E encontrar a paz

Por amor de Ti
Queria ter coragem de morrer
E de deixar morrer em mim
Mas ainda não alcancei

A voz insiste
Chama à interioridade
Chora na terra árida
Depois se vai

sábado, 23 de abril de 2011

É uma questão de olhar.

O mundo será todo poético, se for assim o meu olhar.
Encontrar Deus em tudo é uma questão do meu olhar sobre o que percebo sensorialmente.
Se meus olhos forem bons, todo meu mundo será luminoso.
Todavia, se meus olhos forem maus, densas trevas me encobrirão.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Nudez

É a exposição da alma
Que faz entregar todos os segredos
É o que arde no peito
E irradia nos olhos

É o incontrolável
Que confessa toda vulnerabilidade
É o que te faz estar sempre aqui

É mistério e fascínio
É a saudade incontida
É o querer estar perto e só

É o sentir além da medida
E querer ser um
É a conexão das almas
No embalo delicioso dos corpos

É a eternidade do instante
Acelerando o pulsar
Inspirando sonhos, canções e poesias

É o inexplicável que desafia
É a desistência de se entender
É o se entregar

É perceber que é melhor viver e amar
Sempre
Sem medo

É entender que não experimentar o amor
Em toda sua profundidade
É desistir da vida
É como respirar sem vontade

Amar deve ser isso
Que me tira o sono
Que me faz desejar tão logo o amanhecer
Só pra te ver de novo
Outra vez
Novamente
Pra sempre.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Percepção...

Percepção...
Como suavidade desenhada ao tom do luar
Olhar de sonhos, cabelos ao vento, sorriso acanhado
É como assentar-se à beira do lago
Ouvindo a brisa e assoviando uma canção
É flor do campo, com gosto de vida
É timidez que ruboriza
É perfume que se anuncia
É abraço, é música e poesia
Singeleza orquestrada no caminhar suave
No gosto doce da saudade
Na ânsia de estar perto e sentir o toque
É o encontro dos mundos
Se vendo, se reconhecendo
Perceber o outro é assim
É como desenhar com palavras
O que os olhos não vêem
O que as mãos não tocam
Mas as almas entrelaçam.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Saudade sem causa...

Há também o que não foi dito
O que não foi sentido
Que não foi ouvido
Que não tem havido

Há o que deveria ser dito
Que talvez tivesse se sentido
Se tivesse sido ouvido
Talvez hoje houvesse

Sempre há lacunas a preencher
“Quases” a concluir
Palavras a se dizer
Corações a se ouvir

O que não foi vivido
Também é vida
Como angústia de possibilidade
E dúvida eternizada

Sempre há a prisão do “se”
E o ser que tenta se livrar
O ciclo então se renova
Voltando-se a si mesmo

Sempre há um passado adormecido
Que por vezes se mostra
Volta à tona
Revela-se ainda vivo

Em seu retorno sutil
Traz consigo canções
Que foram cantadas
E nunca ouvidas

O que não foi vivido
Revela-se como saudade
De algo que antes nunca houve
Imortalizando o passado não passado

Ouve-se a música ao longe
Trazida pelo vento que corre os campos
Traduzindo a saudade sem causa
Que bate à porta

O dia cai
A noite visita
A nostalgia se vai
Mas só por um tempo

sábado, 25 de setembro de 2010

Procurando...

Tanto tempo já se passou
Que nem sei mais onde me perdi
Onde foi que me esqueci
De tudo que você prometeu

Aqueles que me rodeiam
Disseram tanta coisa sobre você
Que minha lembrança embaçada
Impede-me de te reconhecer

Tento ouvir sua voz
Mas há muito barulho
Muito se diz
Nada se vive

A cada dia fico mais distante
Mais confuso
O quê, afinal, é verdade?
Você me disse que era A Verdade

Como posso saber?
Tudo que sei sobre você
Aprendi com mentirosos
Como te enxergar?

Quem é você?
Onde você está?
Não me diga que não me conhece
Quando voltará?

Mostre-se
Mostre-me
Leve-me
De volta pra casa

Preciso de descanso
Preciso de paz
Preciso acreditar em suas promessas
Salve-me

domingo, 8 de agosto de 2010

Só queria que estivesse aqui.

Só queria que estivesse aqui
Pra ver o menino crescido
Pra ouvirmos a mesma canção
E eu te tocar
Com meu violão

Só queria que estivesse aqui
Pra rirmos do passado
Correr na rua lado a lado
Confessar saudades
E segredos

Só queria que estivesse aqui
Pra se orgulhar de mim
Pra me encher de orgulho
Pra sermos uma dupla
E virarmos a noite papeando

Só queria que estivesse aqui
Pra ouvir seus conselhos
Discordar de alguns
Pelo simples prazer de desafiá-lo
E depois sorrir, admitindo sua sabedoria

Só queria que estivesse aqui
Pra te deixar na cara do gol
Com um passe refinado
E dizer que seu gol
Foi “metade meu”

Só queria que estivesse aqui
Pra te ligar ao fim da tarde
E dizer “tô com saudade”
Mesmo tendo te visto
Logo ao amanhecer

Só queria que estivesse aqui
Nesse dia que seria seu
Só pra te lembrar
Que seria só mais um dia
E que amanhã também seria seu

Só queria que estivesse aqui
Só isso.