Há também o que não foi dito
O que não foi sentido
Que não foi ouvido
Que não tem havido
Há o que deveria ser dito
Que talvez tivesse se sentido
Se tivesse sido ouvido
Talvez hoje houvesse
Sempre há lacunas a preencher
“Quases” a concluir
Palavras a se dizer
Corações a se ouvir
O que não foi vivido
Também é vida
Como angústia de possibilidade
E dúvida eternizada
Sempre há a prisão do “se”
E o ser que tenta se livrar
O ciclo então se renova
Voltando-se a si mesmo
Sempre há um passado adormecido
Que por vezes se mostra
Volta à tona
Revela-se ainda vivo
Em seu retorno sutil
Traz consigo canções
Que foram cantadas
E nunca ouvidas
O que não foi vivido
Revela-se como saudade
De algo que antes nunca houve
Imortalizando o passado não passado
Ouve-se a música ao longe
Trazida pelo vento que corre os campos
Traduzindo a saudade sem causa
Que bate à porta
O dia cai
A noite visita
A nostalgia se vai
Mas só por um tempo
terça-feira, 12 de outubro de 2010
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